USP e University of Birmingham (Reino Unido) lançam edital para pesquisa conjunta

Estão abertas até dia 17 de julho as inscrições para o Edital AUCANI nº 1910 – University of Birmingham – UBBI-USP Seed Fund 2024 (VER AQUI),  fruto do convênio de colaboração estratégica entre USP e University of Birmingham (Reino Unido) (VER AQUI). O período de execução dos projetos será de setembro de 2024 a julho de […]

USP e University of Birmingham (Reino Unido) lançam edital para pesquisa conjunta

Estão abertas até dia 17 de julho as inscrições para o Edital AUCANI nº 1910 – University of Birmingham – UBBI-USP Seed Fund 2024 (VER AQUI),  fruto do convênio de colaboração estratégica entre USP e University of Birmingham (Reino Unido) (VER AQUI). O período de execução dos projetos será de setembro de 2024 a julho de […]

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O problema dos três corpos (Parte-1) – Artigo: Prof. Roberto N. Onody

A Netflix lançou no mês de março o seriado “O problema dos três corpos”. Nele, uma astrofísica chinesa consegue contacto com uma civilização alienígena que vive em um planeta iluminado por três sóis. Percorrendo uma trajetória caótica, o planeta ora é incinerado ora é congelado (Figura 1).

Figura 1 – Visão artística do sistema estelar triplo Gliese 667. Ele se encontra bem perto da Terra, a cerca de 22 anos-luz de distância, na direção da constelação de Escorpião. Hoje, no sistema Gliese 667, são conhecidos 6 exoplanetas, sendo que 3 deles se encontram em região habitável

O seriado se baseia na trilogia escrita pelo engenheiro chinês Liu Cixin. É uma ótima oportunidade para fazer contacto com a cultura chinesa e com o problema de três corpos, que há mais de 300 anos desperta o interesse e a imaginação de físicos e matemáticos.

O problema dos três corpos é um tema clássico e muito frequente na mecânica celeste. Considere um sistema em que 3 corpos se atraem mutuamente de acordo com a lei da gravitação de Newton. Dadas as posições e velocidades iniciais dos 3 corpos, será que é possível calcular, exata e analiticamente, esses valores num instante posterior qualquer? Salvo raras exceções, a resposta é não, pois o sistema é inerentemente caótico.

Figura 2 – Retrato de Isaac Newton em 1689, aos 46 anos. Ele formulou as 3 leis da mecânica e a teoria da gravitação universal em seu formidável livro “Philosophiae Naturalis Principia Mathematica”

Num sistema caótico, duas configurações iniciais mesmo que infinitesimalmente próximas, podem evoluir para configurações finais muito diferentes. Por exemplo, no problema dos 3 corpos, é possível que um deles seja expulso, ejetado, de maneira a afastar-se indefinidamente dos outros, reduzindo o sistema a um problema de 2 corpos (que tem solução analítica exata).

O estudo do problema dos 3 corpos trouxe resultados que são muito importantes. Entre eles, a utilização do efeito de estilingue gravitacional para as viagens espaciais, a determinação das trajetórias de asteróides e cometas que se aproximam da Terra e a utilização dos pontos de Lagrange para um posicionamento seguro dos nossos telescópios espaciais.

Considerações Iniciais

O sistema solar é estável? Era essa a pergunta que se fazia o matemático francês Henry Poincaré quando, no final do século 19, se inscreveu numa competição de mecânica celeste em comemoração ao sexagésimo aniversário do rei Oscar II da Suécia.

A questão proposta na competição dizia: “para um sistema com n partículas atraindo-se mutuamente segundo a lei da gravitação de Newton, supondo que duas dessas partículas nunca colidam, encontre uma expansão em série uniformemente convergente no tempo das coordenadas de cada partícula em termos de funções conhecidas”.

Poincaré enviou para a comissão julgadora um calhamaço de 300 páginas, ganhou a competição, mas não encontrou a solução. Entretanto, seu trabalho deu início a chamada teoria do caos.

A solução do problema de 3 corpos, como proposto na competição, foi obtida em 1912 pelo matemático finlandês Karl Sundman.  A colisão de 2 corpos corresponde a presença de singularidades nas equações diferenciais. Sundman eliminou essas singularidades por um processo chamado de regularização. Ele apresentou sua solução na forma de uma série de Puiseux. A convergência é absurdamente lenta, precisando levar em conta 108.000.000de termos da série!

A aplicação da 2ª. lei de Newton ao problema dos 3 corpos resulta em um conjunto de 9 equações diferenciais de 2ª. ordem acopladas. Podemos integrar essas equações numericamente. Com os computadores modernos cada vez mais rápidos, podemos fazer previsões bem longínquas no tempo mesmo no caso das configurações caóticas.

Figura 3 – As trajetórias permitidas no problema de 2 corpos são as chamadas curvas cônicas: círculo, elipse, parábola e hipérbole. Todas elas podem ser obtidas pela intersecção de um plano com um cone, daí seu nome. Qual dessas curvas os corpos vão percorrer depende da energia mecânica total inicial do sistema

Foi em 1687, no seu trabalho monumental: “Philosophiae Naturalis Principia Mathematica”, que Isaac Newton propôs a Teoria da Gravitação Universal e as suas três Leis de Movimento (Figura 2).

Na teoria da gravitação de Newton, duas partículas pontuais de massas m1 e m2 se atraem mutuamente com forças diretamente proporcionais ao produto dessas massas e inversamente proporcionais ao quadrado da distância entre elas. Essas forças têm a direção da reta que une as partículas e sentidos opostos.

Se os corpos não forem pontuais, mas sim, macroscópicos, deve-se utilizar cálculo integral e diferencial e levar em conta o caráter vetorial da força.

Na sua formulação original, a teoria pressupunha que a força gravitacional agia instantaneamente entre dois corpos, quaisquer que fossem as distâncias entre eles. Mas, como hoje sabemos que o campo gravitacional se propaga com a velocidade da luz, o cálculo da força gravitacional precisa levar em conta a distância entre os corpos e o correspondente atraso da informação.

A teoria da gravitação de Newton explicou, com total sucesso, as três leis empíricas obtidas pelo astrônomo Johannes Kepler ao investigar o sistema solar. Dessa forma, a teoria da gravitação de Newton ganhou o status de lei da gravitação de Newton. Entretanto, já no final do século XIX, a exatidão dessa teoria estava sendo questionada. Vejamos por quê.

Todos os planetas do sistema solar executam órbitas elípticas. O periélio é o ponto dessas órbitas em que o planeta está mais próximo do Sol. E o periélio de todos os planetas precessiona, isto é, gira com o passar do tempo. Por exemplo, o periélio da Terra ocorreu no dia 02 de janeiro de 2024 quando a direção Terra-Sol apontava para a constelação de Capricórnio. Daqui há 13 mil anos, ela terá girado 180 graus e apontará na direção da constelação de Câncer.

Levando-se em conta a perturbação gravitacional que os planetas exercem uns sobre os outros, as velocidades de precessão dos planetas puderam ser calculadas. Todas coincidiam, razoavelmente, com os resultados observacionais, exceto para o planeta Mercúrio. O valor calculado para Mercúrio era de 531 segundos de arco por século e o valor observado era de 574 segundos de arco por século (ou 1 grau a cada 627 anos). A diferença só foi explicada com a Teoria da Relatividade Geral proposta por Albert Einstein em 1915.

Podemos afirmar que a teoria da gravitação de Newton é boa, mas, falha na presença de campos gravitacionais muito intensos como aqueles criados nas proximidades de estrelas ou buracos negros. A teoria não prevê a existência dos buracos negros, a curvatura da luz ao passar por corpos celestes muito massivos e nem a dilatação temporal (o tempo passa mais devagar em regiões com campos gravitacionais mais intensos).

O problema dos 2 corpos

Suponha duas partículas de massas m1 e m2 se atraindo mutuamente segundo a lei da gravitação de Newton. As forças gravitacionais entre elas têm mesmo módulo,  direção e sentidos opostos. Na ausência de forças externas, a força resultante é nula, o que implica que o centro de massa tem aceleração zero, ou seja, ele se move com velocidade constante.

Como a força gravitacional tem a direção da reta que une as duas partículas ela é uma força central. Forças centrais não produzem torque e, portanto, conservam o vetor momento angular total do sistema. Consequentemente, os dois corpos podem apenas se movimentar no plano que é perpendicular ao vetor momento angular total do sistema.

O problema de 2 corpos tem solução analítica exata. Escolhendo o centro de massa como a origem do sistema de coordenadas e utilizando coordenadas relativas ao centro de massa, o problema de 2 corpos se reduz ao problema de 1 corpo só com a chamada massa reduzida m1m2/(m1+m2).

As trajetórias permitidas podem ser circulares, elípticas, parabólicas ou hiperbólicas. São as chamadas curvas cônicas (Figura 3). Como as forças gravitacionais são conservativas, a energia mecânica total do sistema E (que é a soma da energia cinética com energia potencial gravitacional) é constante no tempo. Se E < 0, teremos trajetórias elípticas (ou circular, se a excentricidade da elipse for zero); se E = 0, ela será parabólica e se E > 0, ela será hiperbólica.

O problema dos 3 corpos

Tão logo o problema de 2 corpos foi resolvido, as atenções se voltaram para próxima etapa: o problema dos 3 corpos.

Quando passamos para um sistema com 3 corpos interagindo gravitacionalmente, quais os resultados de 2 corpos que continuam valendo? A resposta é simples: as constantes de movimento. Explicitamente: o vetor velocidade do centro de massa, o vetor momento angular total do sistema e a energia mecânica total.

Figura 4 – Soluções periódicas de configurações centrais. As massas m1, m2 e m3 são arbitrárias. Euler: as massas executam órbitas elípticas em torno do centro de massa (c.m.) sempre mantendo o alinhamento (linha verde) dos 3 corpos. Lagrange: as massas executam órbitas elípticas em torno do centro de massa e estão dispostas formando um triângulo equilátero (linha verde). Com o tempo, os lados do triângulo equilátero se modificam dinamicamente (linha laranja)

A trajetória de cada um dos 3 corpos dependerá, de maneira crucial, da inicialização do sistema, ou seja, das posições e das velocidades atribuídas inicialmente a cada um dos corpos. Teremos soluções periódicas e também   soluções caóticas. Lembrando que, no problema de 2 corpos, não existem soluções caóticas, somente soluções periódicas (elípticas) e não-periódicas (parabólicas ou hiperbólicas).

*As soluções periódicas de Euler e Lagrange

Euler, em 1767, e Lagrange, em 1772, encontraram soluções periódicas

para o problema de 3 corpos que são do tipo configurações centrais. Nessas configurações centrais, as acelerações dos 3 corpos apontam sempre para o mesmo ponto – o centro de massa do sistema.

Na solução de Euler, os 3 corpos permanecem sempre ao longo de uma mesma linha reta e percorrem elipses diferentes, mas, confocais (Figura 4). As elipses têm mesma excentricidade e o foco comum delas está localizado no centro de massa. A solução de Euler é instável e se desfaz com qualquer pequena perturbação.

Na solução de Lagrange, os 3 corpos estão sempre formando um triângulo equilátero. Aqui também, os corpos evoluem ao longo de elipses diferentes, mas, com a mesma excentricidade e mesmo foco (localizado no centro de massa). Há tanto regiões de estabilidade quanto de instabilidade.

Para um encaminhamento bem bacana dessas soluções (hoje históricas) veja aqui.

*O problema restrito dos 3 corpos

O problema restrito dos 3 corpos é um caso especial do problema geral quando um deles tem massa muito menor do que a dos outros dois. Como a aceleração gravitacional provocada pelo corpo pequeno sobre os outros é desprezível, os dois corpos massivos se movimentam sentindo apenas a presença um do outro. Dessa forma, os corpos massivos percorrerão círculos ou elipses em torno do centro de massa mútuo (que é, basicamente, o centro de massa dos 3 corpos). Eles correspondem ao problema circular restrito e ao problema elíptico restrito, respectivamente. Focaremos o caso circular por ele ser mais simples e muito mais estudado. O caso elíptico você encontra aqui.

No problema circular restrito de 3 corpos escolhe-se um sistema de coordenadas sinódico, com origem no centro de massa e que rotaciona com velocidade angular uniforme no plano de órbita e junto com os 2 corpos massivos. Neste sistema de coordenadas, os 2 corpos massivos estão parados (coisa que não acontece no caso elíptico). Trata-se, portanto, de um referencial não inercial, e nele aparecerão forças centrífugas e forças de Coriolis. Além disso, nesse referencial, há também uma lei de conservação – a constante de Jacobi.

Neste sistema existem pontos em que as forças gravitacionais e centrífugas se anulam. São 5 pontos de equilíbrio conhecidos como pontos de Lagrange.

Cada par de corpos celestes massivos têm o seu próprio (e diferentes) conjunto de pontos de Lagrange: Terra-Sol (veja Figura 5), Terra-Lua, Saturno-Sol, Saturno-Titã etc.

Um aspecto muito importante dos pontos de Lagrange trata da estabilidade desses pontos. Se o corpo pequeno for ligeiramente afastado dos pontos de equilíbrio de Lagrange, ele retornará ou se afastará?

Os pontos L1, L2 e L3 são pontos instáveis, mais especificamente, eles são pontos de cela pois têm máximo em uma direção e mínimo em outra. Naves ou satélites localizados nesses pontos precisarão fazer manobras para permanecerem na posição.

Figura 5 – Sistema Terra-Sol. Os pontos de Lagrange L1, L2 e L3 estão ao longo da linha Terra-Sol. Suas distâncias aproximadas, a partir do centro da Terra: L3 trezentos milhões de quilômetros; L1 e L2 um milhão e 500 mil quilômetros. Entre o Sol e a Terra, no ponto L1 , está o satélite Deep Space Climate Observatory (https://en.wikipedia.org/wiki/Deep_Space_Climate_Observatory) que estuda os ventos solares. Depois da órbita da Lua, no ponto L2, estão os telescópios James Webb (https://en.wikipedia.org/wiki/James_Webb_Space_Telescope) e Euclid (https://en.wikipedia.org/wiki/Euclid_(spacecraft)). Os pontos L4 e L5 formam com o Sol e a Terra um triângulo equilátero e, portanto, estão a 150 milhões de quilômetros do centro da Terra. O ponto L3 está tão longe que qualquer corpo lá localizado sofreria muito mais influência de Vênus do que da própria Terra

Os pontos L4 e L5 são estáveis desde que a razão entre as massas dos dois corpos massivos seja maior do que 24,96 (que é o caso do sistema Terra-Sol).

Devido a essa estabilidade, são nos pontos L4 e L5 que encontramos os asteróides troianos. Eles acompanham um planeta (qualquer planeta), percorrendo a mesma órbita deste. Alguns vão à frente, outros seguem atrás do planeta. Quase todos os planetas do sistema solar têm seus asteróides troianos. A Terra tem 2 asteróides troianos conhecidos: o 2010TK7, que tem diâmetro de 300 metros e o 2020XL5, cujo diâmetro é de 1,2 km. Ambos seguem à frente da Terra próximos do ponto L4.

Figura 6 – A órbita de Arenstorf (https://pymgrit.github.io/pymgrit/applications/arenstorf_orbit.html) com a Terra no centro e a Lua à sua direita. Ela é uma órbita periódica e fica no plano de rotação do sistema Terra-Lua

O problema circular restrito dos 3 corpos tem infinitas soluções periódicas e infinitas soluções caóticas. A NASA, através do Jet Propulsion Laboratory, disponibiliza centenas de milhares de órbitas periódicas conhecidas para vários sistemas: Terra-Sol, Terra-Lua, Sol-Marte etc.

Na Figura 6 mostramos a órbita de Arenstorf. Ela foi utilizada pela NASA para salvar a tripulação da Apolo 13. Essa órbita permitiu à espaçonave permanecer próxima do ponto de Lagrange L1 (do sistema Terra-Lua), consumindo um mínimo de combustível.

A técnica da gravidade assistida é outro resultado importante do problema circular restrito dos 3 corpos. Utilizando a gravidade dos planetas, essa técnica permite manobrar espaçonaves tanto para aumentar quanto para diminuir a sua velocidade, poupando, em ambos os casos, combustível.

Essa técnica foi utilizada pela primeira vez em 1959 quando a sonda soviética Luna 3 alcançou o lado oculto da Lua.

Vou tentar explicar a gravidade assistida de maneira não quantitativa utilizando apenas análise vetorial e mudança de referencial, seguindo este texto da NASA.

Considere uma espaçonave se aproximando do planeta Júpiter.

Na Figura 7 (a), a espaçonave se aproxima do planeta por trás, no mesmo sentido da órbita de Júpiter em torno do Sol. No referencial de Júpiter, a velocidade da nave muda apenas de direção, mas, não de módulo (vetor azul v). No referencial do Sol, Júpiter tem velocidade v´ (verde) e a velocidade da nave será a soma vetorial v + v´ (pela regra do paralelogramo). Vemos que a velocidade final da nave Vf é maior do que a sua velocidade inicial Vi. A nave aumentou a velocidade, é o efeito estilingue gravitacional.

Na Figura 7 (b), a espaçonave se aproxima do planeta pela frente, no sentido oposto ao da órbita de Júpiter em torno do Sol. Vemos que a velocidade final da nave Vf é menor do que a sua velocidade inicial Vi. A nave diminuiu a velocidade, é um freio gravitacional.

Figura 7 – (a) Efeito estilingue gravitacional; (b) Efeito freio gravitacional

Para ilustrar esse efeito de maneira realística e quantitativa, apresentamos, na Figura 8, o aumento de velocidade da nave Voyager 2 quando ela se aproximou dos planetas Júpiter, Saturno, Urano e Netuno. Sem o estilingue gravitacional ela só chegaria até Júpiter e não conseguiria sair do sistema solar.

Figura 8 – Gráfico da velocidade em relação ao Sol (em km/s) versus distância ao Sol (em unidade astronômica ~ 150 milhões de km) da nave Voyager 2. Em amarelo, a velocidade de escape para a Voyager 2 conseguir sair do sistema solar. Fonte: Steve Matousek, JPL

(Continua na parte 2 – em breve)

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*Físico, Professor Sênior do IFSC – USP / e-mail: onody@ifsc.usp.br

(Agradecimento: ao Sr. Rui Sintra da Assessoria de Comunicação)

Assessoria de Comunicação – IFSC/USP

Série “Concertos USP” traz ao Teatro Municipal de São Carlos o “Trio Praxicordas” – Dia 24 de abril – 20h00 – Entrada gratuita

A série “Concertos USP”, que se iniciou no passado dia 27 de março com a interpretação das “Quatro Estações”, de Antonio Vivaldi, pela USP Filarmônica, sob a regência do Maestro Prof. Rubens Russomano Ricciardi, regressa no próximo dia 24 de abril ao Teatro Municipal de São Carlos, às 20h00, com entrada gratuita, com a apresentação do “Trio Praxicordas”.

Este trio de cordas – violino, violão e violoncelo – traz uma combinação de timbres e textura de sons única, com a mescla de instrumentos de cordas friccionadas e cordas dedilhada

O “Praxicordas” é formado pelos professores doutores da Faculdade de Filosofia Ciências e Letras de Ribeirão Preto (FFCLRP-USP), André Micheletti, Gustavo Costa e Marcos Santos. O grupo tem realizado diversos recitais e masterclasses em território nacional e internacional, fazendo uma ponte entre a universidade e sociedade.

O programa – sem intervalos – está organizado da seguinte forma:

Grand Trio Extrait de Mozart – Pierre Porro (1750-1831)

– Allegro non tanto;

-Tempo di minueto;

5 Miniaturas Brasileiras – Edmundo Villani-Cortês (1930)

-Prelúdio;

-Toada;

-Chorinho;

-Cantiga de ninar;

-Baião;

Cuatro Estaciones Porteñas – Astor Piazzolla (1921-1992)
Arranjo: Walisson Cruz (*1996);

-Primavera Porteña;

-Verano Porteño;

-Otono Porteño;

-Invierno Porteño;

Os músicos:

Violão: Gustavo Silveira Costa – Tem prêmios nos concursos de violão Musicalis (Brasil), Ville d’Antony de Paris, René Bartoli da Aiz-em-Provence (França), Internacional de Guitarra Andrés Segovia e Internacional de Guitarra Francisco Tárrega (Espanha). Bacharel pelo IA-UNESP, é mestre e doutor pela ECA-USP, com especializações em Nürnberg-Augsburg e Estrasburgo. Já atuou como violeiro e violonista solista à frente de orquestras como Filarmônica de Estrasburgo, Ciudad de Torrent, Del Certamen Andrés Segovia, OSUSP, OSRP, OSESP, Sinfônica da Petrobrás, USP Filarmônica e Sinfônica de Limeira. Integra o Ensemble Mentemanuque e atuou no Quarteto Brasileiro de Violões, com o qual recebeu o prêmio Grammy Latino. É professor doutor de violão e viola caipira do DM-FFCLRP-USP.

Violino: Marcos Vinícius Miranda dos Santos  Formado pelo Conservatório de Tatuí, é mestre pela University of Southern Mississippi e doutor pela Universidade do Alabama (ambas nos EUA). Atuou em orquestras e grupos de câmara no Brasil (Orquestra Filarmônica de São Carlos) e nos EUA (Capstone String Quartet, Mobile Symphony EUA, IRIS Orchestra e Memphis Symphony). Foi solista do Concerto para dois violinos em Ré menor BWV 1043 de Johann Sebastian Bach com a IRIS Orchestra, ao lado do violinista Joshua Bell. Foi professor de violino do IA-UNICAMP, do Conservatório de Tatuí e da plataforma europeia iClassical. Fundou ainda a Bravo Academia de Música. Dedica-se a projetos sociais com educação musical. Atualmente é professor do DM-FFCLRP-USP.

Violoncelo: André Luís Giovanini Micheletti – Bacharel pelo IA-UNICAMP, mestre pela Northwestern University em Chicago e doutor pela Indiana University, é professor do DM-FFCLRP-USP, onde integra o NAP-CIPEM, o Ensemble Mentemanuque e fundou e dirige o Fratres Cello Ensemble. Atuou nas orquestras Columbus Indiana Philharmonic, Sinfônica Municipal de São Paulo, Camerata Fukuda, Câmara da UNESP e Filarmônica Bachiana SESI. Apresentou-se como solista nas orquestras sinfônicas de Heliópolis (Baccarelli), Jovem do Estado de SP, Goiás, Municipal de Campinas, da UNICAMP, Sorocaba, Piracicaba e Belém, além da USP-Filarmônica, Experimental de Repertório, Camerata Fukuda, Câmera da UNESP e Bachiana-Sesi – além de North Shore Chamber Orchestra e Bach Gamut Ensemble nos EUA.

Com entrada gratuita, os ingressos para este concerto estarão sendo distribuídos nos dias 22 e 23 de abril na Assessoria de Comunicação do Instituto de Física de São Carlos (IFSC/USP) entre as 08h00 e as 11h30 / 14h00 e 17h30) e no dia 24 de abril na bilheteria do Teatro Municipal de São Carlos a partir das 18h30.

Este evento insere-se nas comemorações do 30º aniversário do Instituto de Física de São Carlos – IFSC/USP.

Assessoria de Comunicação – IFSC/USP

Pesquisa visa tratamento de lesões neurológicas periféricas – IFSC/USP desenvolve novos protocolos com base em tecnologia inovadora

 

Drª Ana Carolina Canelada

 

Uma nova pesquisa realizada no Instituto de Física de São Carlos (IFSC/USP) levou ao desenvolvimento de um novo equipamento cuja tecnologia utilizada – inovadora –  poderá permitir a introdução de novos protocolos para o tratamento de lesões neurológicas periféricas, que normalmente acontecem nas regiões cervical, torácica e lombar.

Contudo, este estudo desenvolvido pela fisioterapeuta e pesquisadora do IFSC/USP, Drª Ana Carolina Canelada, está indicado para o tratamento de dois tipos de lesão, em suas fases iniciais, que apresentam processos dolorosos e com incômodos diários aos pacientes –  a axonotmesis e a neuropraxia.

Para entender melhor

O corpo humano é composto por um emaranhado de “ligações” – nervos – que conectam e transmitem mensagens entre o cérebro e as diferentes partes do corpo e que podem sofrer lesões, como as dos nervos periféricos, que, tais como os restantes nervos, têm suas características próprias no sistema nervoso central. Uma lesão nervosa possui suas próprias características e impactos específicos no sistema nervoso, que pode variar em gravidade e tipo, desde danos temporários até lesões mais sérias e permanentes. Desta forma e dentre as lesões dos nervos periféricos, a neuropraxia e a axonotmesis são aquelas que se consideram menos graves e cujos tratamentos podem ser eficazes quando aplicados em tempo oportuno, ou seja, quanto mais cedo melhor.

A neuropraxia é uma lesão leve e temporária do nervo periférico, onde ocorre uma interrupção temporária na transmissão dos sinais nervosos, não existe um dano estrutural permanente no nervo, mas apenas uma interrupção temporária na função nervosa. Sinais mais comuns: dormência, formigamento, fraqueza muscular. Quanto à axonotmesis, ela é uma lesão nervosa periférica mais grave do que a neuropraxia, sendo que nesse caso ocorre uma interrupção na continuidade dos axônios (por isso o seu nome), que são as estruturas responsáveis pela transmissão dos impulsos nervosos. Em resumo, os axônios são como fios dentro dos nervos que carregam sinais elétricos do cérebro para outras partes do corpo. A bainha de mielina atua como um isolante ao redor desses axônios, acelerando a transmissão dos impulsos nervosos. As causas da axonotmesis podem ser por lesões mais graves, como estiramentos intensos nos nervos, compressão prolongada na região, ou até mesmo por lesões traumáticas com facas, acidentes graves ou impactos diretos nos nervos. Sintomas: dormência, formigamento, fraqueza muscular e perda parcial da função nervosa na área afetada.

(Créditos: “Neurocoluna Dor”)

Outra lesão neurológica periférica, mas que não está inserida nesta pesquisa, é a neurotmesis, onde os nervos não têm a capacidade de se curar por conta própria. Essa interrupção pode ser resultado de lesões traumáticas severas, como cortes profundos, lacerações, esmagamentos ou lesões por armas de fogo. Sintomas: perda total da sensação, paralisia muscular e perda de controle sobre a área afetada.

O estudo e a pesquisa

Dr. Antonio de Aquino Junior

“Ao contrário do que acontece com a neurotmesis, a neuropraxia e a axonotmesis são lesões que, ao serem tratadas, conseguimos, através da fisioterapia, ver resultados positivos, principalmente uma melhoria na qualidade de vida dos pacientes através da redução da dor e desinflamação, bem como um aumento da amplitude de movimentos e o aumento da força muscular, com recuperação da massa muscular.  Com este novo equipamento que está sendo desenvolvido e testado pelo IFSC/USP e que é ainda um protótipo, ele auxilia na promoção de uma ação conjugada de estímulos elétricos e laser num tempo relativamente curto,  e os resultados que observamos são realmente muito bons. Na fisioterapia, usamos o tratamento convencional, através da estimulação elétrica, que é para a dor, e o ultrassom, que é para desinflamação. Quando o paciente sente uma melhora na dor, o fisioterapeuta inicia a atividade física, algo que demora cerca de três a quatro meses, por vezes mais… É bem demorado”, pontua a pesquisadora.

O pesquisador do IFSC/USP, Dr. Antonio de Aquino Junior, que coordena este novo programa, salienta que é a primeira vez que o IFSC/USP utiliza estimulação elétrica e laser no mesmo equipamento neste novo modelo, “O diferencial de tentativas anteriores é a disposição desses dois segmentos de tratamento, o que nos testes realizados até o momento tem dado resultados muito interessantes, diminuindo em muito o tempo de recuperação do paciente, chegando a ser de três a quatro sessões para o paciente ter uma alta completa, o que equivale a cerca de um mês e meio”.

Este novo tratamento já está em curso, em sua fase experimental desde o dia 02 deste mês de abril, atendendo cerca de sessenta pacientes da Santa Casa da Misericórdia de São Carlos já diagnosticados com as citadas lesões e com o atendimento a ser realizado na Unidade de Terapia Fotodinâmica, sendo que, consoante os resultados obtidos, o novo equipamento – já patenteado – passará para a fase seguinte, colocando o projeto à disposição dos profissionais de saúde.

Rui Sintra & Adão Geraldo – Assessoria de Comunicação – IFSC/USP

Entre os dias 22 e 27 de abril – “2nd. São Carlos School on Glasses and Glass-Ceramics”

CeRTEV/LaMaV

Realiza-se entre os dias 22 e 27 de abril, no Auditório “Proff Sérgio Mascarenhas”, do Instituto de Física de São Carlos (IFSC/USP), a “2nd. São Carlos School on Glasses and Glass-Ceramics”, uma escola internacional promovida pelo Centro de Pesquisa, Educação e Inovação em Vidros (CeRTEV- Center for Research, Technology and Education in Vitreous Materials), cujos laboratórios e restantes instalações estão localizadas na Universidade Federal de São Carlos (UFSCar).

Este evento, que conta com participantes estrangeiros, tem como um de seus objetivos fornecer informações atualizadas sobre a estrutura, processos dinâmicos (difusão, fluxo viscoso, relaxamento e cristalização) e propriedades ópticas, elétricas, mecânicas e bioquímicas de vidros e vitrocerâmicas. Outro objetivo é divulgar o corpo docente, a infraestrutura e as instalações do CeRTEV para pesquisadores e estudantes nacionais e estrangeiros, fortalecer a rede internacional de colaboradores do CeRTEV e atrair futuros estudantes, pós-doutorados e cientistas visitantes.

Sob coordenação do Prof. Dr. Edgar Dutra Zanotto, da UFSCar, o grupo reúne um vasto grupo constituído por professores, pesquisadores, alunos de graduação, pós-graduação e pós-doutorandos da UFSCar, USP – São Carlos e da UNESP-Araraquara.

Para acessar todas as informações sobre esta escola, clique AQUI.

Assessoria de Comunicação – IFSC/USP

IFSC EM PROL DA SOCIEDADE

Pesquisa visa tratamento de lesões neurológicas periféricas – IFSC/USP desenvolve novos protocolos com base em tecnologia inovadora

    Uma nova pesquisa realizada no Instituto de Física de São Carlos (IFSC/USP) levou ao desenvolvimento de um novo equipamento cuja tecnologia utilizada – inovadora –  poderá permitir a introdução de novos protocolos para o tratamento de lesões neurológicas periféricas, que normalmente acontecem nas regiões cervical, torácica e lombar. Contudo, este estudo desenvolvido pela fisioterapeuta […]

Capsulite adesiva e tendinopatia – Pesquisadores do IFSC/USP desenvolvem tratamento inovador

Uma equipe de pesquisadores do Grupo de Óptica do Instituto de Física de São Carlos (IFSC/USP) desenvolveu recentemente um tratamento inovador para capsulite adesiva e tendinopatia, duas patologias que apresentam um quadro de dor, inflamação e uma limitação da amplitude de movimentos. Pensando em todo o desconforto e sofrimento por que passam os portadores destas […]

Programas da USP São Carlos dirigidos aos alunos do ensino médio do Estado de São Paulo atingem números expressivos

    “Programa Vem Saber” – “Competição USP de Conhecimentos e Oportunidades (CUCO)”  e “Cientistas do Amanhã”. Três programas inteiramente dedicados aos jovens alunos do ensino médio do Estado de São Paulo atingiram, em 2023, resultados expressivos segundo o balanço agora divulgado. Dessa forma, em relação ao “Programa Vem Saber”, que sempre ocorre no “Conjunto […]

IFSC/USP lança livro “Compreensão e tratamento – Fibromialgia”

Da autoria dos pesquisadores Prof. Vanderlei Salvador Bagnato e Dr. Antonio Eduardo de Aquino Junior, o Instituto de Física de São Carlos (IFSC/USP) lançou no início deste mês de dezembro o livro intitulado “Compreensão e tratamento – Fibromialgia”, uma publicação que resulta do trabalho realizado pelos pesquisadores desse Instituto, ao longo dos últimos sete anos, […]

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